Guia Parasitológico - Helmintos
Ascaris lumbricoides
Formas evolutivas: Ovo, larva e verme adulto
Verme adulto: Longos, cilíndricos, com extremidades afiladas, medem cerca de 30 cm. Machos se diferenciam pelo enrolamento ventral espiralado de sua extremidade caudal. Fêmeas são maiores e mais grossas que os machos.
Ovos: Ovos férteis são ovais e medem cerca de 60μm apresentando uma casca grossa contendo três camadas, sendo a camada mais externa apresentando superfície irregular e mamilonada.
Fase larvária: Os ovos apresentam fase larvar L3. No intestino delgado do hospedeiro, são liberadas, invadem a mucosa, chegam à circulação sanguínea, podendo atingir sistema porta-hepático, coração e pulmões. No seu ciclo pelo sistema respiratório, ascendem até a faringe e são deglutidas, chegam ao intestino e se desenvolvem em vermes adultos.
Doença associada: Ascaridíase


Ovos de Ascaris lumbricoides
Imagem capturada com a objetiva no aumento de 40x
Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)
Trichuris trichiura
Formas evolutivas: Ovo, larva e verme adulto
Verme adulto: Fêmeas maiores que os machos. Os vermes adultos medem cerca de 4 cm de comprimento. A parte anterior é mais delgada e longa do que a posterior, semelhante a um chicote.
Ovos: Apresentam formato de barril alongado medindo cerca de 50μm de comprimento, com polos refringentes (opérculos) nas extremidades. Ovo de casca espessa, com três camadas.
Doença associada: Tricuríase.


Ovos de Trichuris trichiura
Imagem capturada com a objetiva no aumento de 40x
Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)
Enterobius vermicularis
Formas evolutivas: Ovo, larva e verme adulto
Vermes adultos: Fêmeas maiores que os machos, medindo cerca de 1cm de comprimento. Machos medem cerca de 4 mm com extremidade posterior enrolada ventralmente.
Ovos: Leves, ligeiramente achatados de um lado, medem cerca de 55m de comprimento por 25m de largura.
Doença associada: Enterobíase ou oxiurose


Ovos de Enterobius vermicularis
Imagem capturada com a objetiva no aumento de 40x
Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)
Strongyloides stercoralis
Formas evolutivas:Ovo, larva e verme adulto
Verme adulto: As fêmeas costumam ser maiores que os machos que medem 0,7 mm de comprimento, possui a cauda recurvada ventralmente e dois espículos pequenos. Já a fêmea mede de 1 a 1,5 mm de comprimento e tem o corpo fusiforme e cauda afilada. As fêmeas colocam ovos de casca muito delgada e a eclosão desses ovos podem acontecer ainda no interior do útero.
Larvas rabidtóides e filarióides: A larva rabditoide mede cerca de 200 -300µm x 14-20µm, possui o vestíbulo bucal curto (2-3µm) e primórdio genital, de forma ovóide, grande e bem nítido. O esôfago é tipicamente rabditóide (com dilatação nas extremidades e constrição na porção mediana). A cauda é afilada. Algumas larvas rabditoides podem se diferenciar em larvas filarióides, medindo cerca de 500-600µm x 16µm e apresentando a cauda bifurcada (com entalhe); o esôfago é tipicamente filarioide (cilíndrico e retilíneo), sem dilatação bulbar,.ocupando aproximadamente ½ do comprimento do corpo
Doença associada: Estrongiloidíase


Larva rabidtóide de Strongyloides Stercoralis
Imagem capturada na objetiva de 40x


Larva filarióide de Strongyloides Stercoralis
Imagem capturada na objetiva de 40x
Taenia sp
Formas evolutivas: Larva (cisticerco), verme adulto e ovo.
Fase larvária (cisticercos): Na fase larvária, Taenia solium parasita obrigatoriamente o porco e a Taenia saginata parasita os bovídeos.
Verme adulto: Grandes, hermafroditas e em forma de fita. Taenia solium mede habitualmente cerca de 3 metros, com escólex piriforme com quatro ventosas e dupla coroa de acúleos inseridos em um rostro entre as ventosas. Já a Taenia saginata mede em média de 8 metros, com escólex piriforme, contendo quatro ventosas, porém sem acúleos. Goteiras transversais marcam limites entre as proglotes. Os vermes adultos vivem no intestino do hospedeiro. Proglotes jovens são mais largas, proglotes inteiramente formadas e sexualmente maduras são mais delgadas.
Ovos: os ovos de Taenia solium e Taenia saginata são semelhantes. Apresentam forma esférica com cerca de 35m de diâmetro, com espesso embrióforo de aspecto radiado e no interior, o embrião hexacanto já infectante. Geralmente, as proglotes liberam seus ovos ao chegar ao ambiente externo, mas podem ser comprimidas pelo esfíncter anal e liberar os ovos neste local.
Doenças associadas: Teníase e cisticercose






Taenia saginata
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Taenia solium
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Taenia sp – Ovo
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Schistosoma mansoni
Formas evolutivas: Ovo, miracídeo, cercária e verme adulto
Verme adulto: Dióicos (sexos separados), delgados e longos. Machos medem cerca de 1cm de comprimento e apresentam uma ventosa oral e um acetábulo (segunda ventosa pedunculada) na extremidade anterior. O segmento posterior é enrolado dorso-ventralmente formando uma “calha” conhecida como canal ginecóforo, onde se aloja uma ou mais fêmeas. As fêmeas são cilíndricas, longas e mais finas que os machos e medem cerca de 1,4cm de comprimento, também apresentam duas ventosas.
Ovos: Os ovos apresentam casca dupla e resistente medem cerca de 150m de comprimento, com polo anterior mais delgado, apresentando um espinho ou espículo lateral característico. O embrião é denominado miracídio. A eclosão dos miracídios acontece rapidamente em meio externo e depende da água.
Fase larvária:
Miracídio: Os miracídios são ciliados, com glândulas adesivas e glândulas de penetração em sua extremidade anterior que auxiliam sua entrada no hospedeiro invertebrado, o molusco do gênero Biomphalaria.
Cercária: As cercárias apresentam contorno piriforme, com extremidade anterior constituído de glândulas de penetração. A cauda é longa e delgada, finalizada pela fúrcula, que contém movimentação vibratória, permitindo o movimento das cercarias na água, com isso são capazes de penetrar a pele do hospedeiro vertebrado.
Doença associada: Esquistossomose


Ovo de Schistosoma mansoni
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Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)


Casal de Schistosoma mansoni
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Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)
Cercária
Imagem capturada com a objetiva no aumento de 10x
Fonte: Acervo da Disciplina de Parasitologia (DMIP/FCM/UERJ)
Ancilostomídeos: Ancylostoma duodenale e Necator americanus
Formas evolutivas: Ovo, larva e verme adulto
Verme adulto: Fêmeas apresentam corpo cilíndrico, com extremidades delgadas e medem cerca de 1cm de comprimento. Os machos são menores e apresentam a extremidade posterior expandida por causa da bolsa copuladora. O aparelho bucal é diferenciado entre as espécies. Os ovos de ancilostomídeos são muito parecidos, ovóides, elípticos e de casca delgada e transparente.
Larva rabditoide e Larva filarióide: A larva que eclode do ovo é do tipo rabditoide, medindo cerca de 250 µm, com esôfago diferenciado em corpo, istmo e bulbo posterior. A larva rabditóide de segundo estádio se diferencia em larva filarióide, com esôfago cilíndrico e alongado, sem bulbo, se diferenciando em larva filarioide infectante para o homem.
Doenças associadas: Ancilostomíase, popularmente conhecida como amarelão devido à forte anemia ferropriva pelo intenso hematofagismo exercido pelos vermes adultos.




Ovo de Ancilostomídeo
Imagem capturada com a objetiva de 40x
Referências Bibliográficas:
- Parasitologia Interativa: Conhecendo os parasitas [homepage na internet]. [Acesso em 13 de maio de 2025]. Disponível em: https://parasitologiainterativa.pageinfo.co/
- Rey, Luís. Bases da Parasitologia Médica. 2ª edição. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, S. A., 2002.
- Universidade Federal Fluminense: Atlas de Parasitologia [homepage na internet]. Departamento de microbiologia e parasitologia. [acesso em 15 de setembro de 2025].Disponível em: http://atlasparasitologia.sites.uff.br/
- Universidade federal de Santa Catarina: Atlas de Parasitologia Clínica e Doenças Infecciosas associadas ao Sistema Digestivo [homepage na internet]. Departamento de Análises Clínicas. [acesso em 12 de setembro 2025]. Disponível em: https://parasitologiaclinica.ufsc.br/



